Metade dos produtores de leite em Rondônia mantém suspensão e situação está tensa

14 abril, 2021

O líder da Comissão e o Presidente da Faperon pedem aos produtores para manter serenidade.

O presidente da Comissão de Produtores de Leite de Rondônia, Rui Barbosa, fez circular nas redes sociais, no início da noite de domingo, uma mensagem onde diz estar “decepcionado” com o Governo de Rondônia e também com os deputados estaduais.

No áudio, direcionado aos produtores de leite de todo o Estado, Barbosa diz que “se enganou quando achou que tanto o Governo quanto a Assembleia estavam, de fato, empenhados em ajudar o pequeno produtor”.

A indignação do líder faz referência ao uso de viaturas de Policia Militar na escolta de caminhões que transportam leite de grandes produtores.

Ele também tornou público um áudio, provavelmente feito por um grande produtor de leite, onde, entre outras coisas, o cidadão exige de um diretor de laticínio que arrume uma “ordem” para que a polícia escolte os caminhões.

“Todo mundo agora está armado, quero ver eles derramar”, diz o produtor, acrescentando que não pode parar de entregar leite porque tem “um menino no Paraguai” e que “esse rebanho do PT do Satanás não vai mandar dinheiro para mim pagar o estudo do menino. ”

O produtor literalmente dá ordens ao dirigente da empresa e completa dizendo “esse rebanho de capeta…tinha que “ponha” fogo. ” Rui Barbosa reclama que os deputados falam “grosso” na tribuna, mas é só isso.

“Em vez de se reunirem com dirigentes das indústrias de laticínios, apoiaram que a PM fosse enviada para qualquer “enfrentamento” com os pequenos produtores”, lamenta Rui Barbosa, pregando manifestação pacifica, mesmo que a situação esteja se tornando bastante delicada.

“Eu lavo as mãos e o que acontecer de agora em diante é culpa dos senhores deputados, do senhor Governador e do seu vice, que não demonstram respeito ou consideração pelo pequeno produtor”, afirmou Rui Barbosa.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia, Hélio Dias, disse que é preciso atenção para os rumos que a greve está tomando, em função da ação um tanto radical de produtores dos assentamentos rurais do Estado.

“Já registramos casos de enfrentamento, derramamento de leite, interdição de estradas e outras ações que podem piorar”, adverte o presidente da Faperon, afirmando a necessidade da intervenção do Governo do Estado, dos dirigentes da Seagri e também do vice-governador para mediação política da paralisação.

“Já temos metade dos 28 mil produtores de leite de Rondônia engajados no movimento. Em março o Estado produzia 1 milhão e 650 mil litros de leite por dia.

Com o agravamento da paralisação pela retomada do preço todos perdem, produtores, laticínios, municípios, rede comercial e o próprio Estado”, raciocina Hélio Dias, observando que a Faperon, legitima representante do setor, está atuando como mediadora nos diálogos entre produtores e indústrias.

Fonte: Hoje Amazônia

Comentarios