Janela de março pode representar a maior troca de partidos da nossa história recente

17 janeiro, 2022

Faltam menos de dois meses e meio. Março será a janela para que políticos possam trocar de partido e ainda se habilitarem a disputar a eleição de outubro, para as Assembleias Legislativas, o Congresso Nacional e a Presidência da República.

Desde que houve mudança na lei eleitoral, permitindo que haja, por exemplo, um número de candidatos para cada uma das casas dos parlamentos, com número de vagas e mais um (na Assembleia, só poderá haver 25 candidatos por partido.

Por cada vaga e na Câmara Federal só nove por cadeira), um verdadeiro jogo de xadrez se formou, para que os postulantes ingressem numa sigla onde tenham chances reais. As dificuldades, contudo, são imensas. Como, por exemplo, formar uma nominata viável num partido onde há só um nome com possibilidades de se eleger?

Os demais participariam apenas como escada? Sem possibilidade de alianças (a não ser que elas sejam mantidas por pelo menos quatro anos, pós eleição), o quadro se tornou um verdadeiro quebra-cabeças.

A tal ponto que, alguns campeões de votos, terem sido “convidados a se retirar” de determinado partido, porque, caso permaneçam, não haverá mais ninguém para formar uma nominata viável.

Ou seja, todos sabem que só aquele nome teria chances de se eleger e os demais seriam meras “escadas”. A disputa pelo Planalto já tem Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), Sérgio Moro (Podemos) e João Dória, como os principais postulantes.

E para as cadeiras da Assembleia Legislativa e Câmara Federal, como se formará o quadro final de candidatos? Com exceção da disputa pela Presidência da República, onde os principais candidatos já estão postos, para os parlamentos a situação está muito complicada.

O drama está sendo vivido por nomes quentes como os de Lúcio Mosquini MDB), Mariana Carvalho (PSDB), Expedito Netto (PSD) e Silvia Cristina PDT), só como exemplos.

Bons de voto, como conseguirão cooptar para a composição de uma nominata, bons nomes da nossa política, neste contexto em que, em seus partidos, já se calcula (pelo menos em teoria, porque quando se abrirem as urnas, tudo pode mudar!).

Que esses quatro usados como exemplo, teriam chances reais de voltar às suas cadeiras? E os outros? Mauro Nazif (PSB) e o Coronel Chrisóstomo (PSL), também estão com calculadoras embaixo do braço, tentando achar saídas para essa charada.

Só quem não faz as contas em relação à Câmara Federal é Jaqueline Cassol e Léo Moraes, ela candidata ao Senado, ele é candidato ao Senado ou ao Governo do Estado. As conversas, as negociações políticas e os cálculos dominam, hoje, todos os partidos e todos os que estarão na disputa em outubro.

Tanto na corrida pelas cadeiras à Câmara Federal quanto à Assembleia Legislativa, há políticos que, com um pouco de bom humor, se poderia dizer que estão mais perdidos do que cachorro que caiu da mudança. Em breve, contudo, se saberá quem vai para onde e quais as chances reais de cada um. 

Por: Sérgio Pires

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