Fora da época de colheita e plantio, agricultores da região de Cerejeiras focam em lidar com mercado financeiro

Dólar alta favorece vendas de produção antecipada da lavoura que ainda será plantada

Não há colheita em curso neste exato momento na região de Cerejeiras. Tampouco há plantio. A colheita do milho terminou em agosto e o plantio da soja começa no dia 15 de setembro, após o necessário e obrigatório vazio sanitário. A terra está vazia, como mostra a foto desta reportagem.

Entretanto, há uma intensa atividade profissional dos agricultores na região de Cerejeiras. A atividade que está em curso e esta é invisível aos olhos de quem observa é a lida com o mercado de grãos.

Com a alta do dólar, também está subindo o preço da saca de soja e de milho nos mercados internacionais, tendo a bolsa de Chicago (Estados Unidos) como ponto de referência. Os produtores rurais que ainda têm uma parte da safra para vender, como o milho, comemoram agora.

Os que não têm grãos em estoque, também não estão deixando de aproveitar a onda favorável no mercado. Todo dia algum agricultor “trava”, ou seja, vende antecipado, pelo menos parte da safra de soja – que ainda não foi plantada e só será colhida em 2020.

A venda antecipada é um misto de mercado tradicional com mercado financeiro. E muitos produtores, inclusive, estão se valendo do arriscado mercado financeiro para proteger seus ganhos num patamar de pelo menos cobrir os custos da produção agrícola.

É a agricultura moderna, que continua a todo vapor mesmo quando não há uma única planta na lavoura

Fonte: Folha do Sul