Espigão do Oeste comemora 38 anos com a 9ª Feira da Cultura Pomerana

18 junho, 2019

Jobson Bandeira, destacou a importância de manter viva a cultura.

Comemorando seus 38 anos em alto nível e mantendo viva a tradição de seu povo, Espigão do Oeste realizou no último fim de semana (15 e 16) a 9ª Feira da Cultura Pomerana.

A abertura da festa foi marcada por uma encenação de casamento típico. A cerimônia do casório foi na língua oficial pomerana com tradução ao português. A realização de um culto solene também teve o mesmo protocolo, no domingo.

Com pouco mais de 33 mil habitantes, cerca da metade da população de Espigão é de origem pomerana de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a festa vem preservar a identidade cultural do povo europeu, como os hábitos, costumes, gastronomia e religião.

O superintendente da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), Jobson Bandeira, destacou a importância de manter viva a cultura pomerana, assim como as demais intervenções culturais.

“Rondônia nasceu com a vinda de famílias das mais variadas regiões brasileiras. Perpetuar a memória de um povo é fortalecer suas raízes. Um povo sem memória é um povo sem história”.

Espigão do Oeste foi o município que mais recebeu imigrantes pomeranos do Espírito Santo durante as décadas de 60 a 90. Vila Pavão foi o município capixaba que mais perdeu emigrantes para Rondônia, nessa época: 40% de sua população. Espigão do Oeste hoje é denominado a “Pomerânia Amazônica”.

O momento alto da feira foi o Concurso da Beleza Pomerana. Entre as candidatas a exigência era ser descendente pomerana, vestir-se como tal e fazer a sua dança tradicional.

Neste ano, a vencedora foi a Cleide Daiane Zulske Neimeg, que fez um espetáculo à parte com a dança típica. “Vencer o concurso foi um momento marcante, tenho orgulho de ser pomerana”, disse a vencedora.

POMERANOS

A Pomerânia foi extinta no século passado e agregada a uma região da Alemanha por ocasião da 2ª Guerra Mundial, o que serviu de motivação aos Pomerano a emigrarem para as Américas do Norte e do Sul. No mundo, o Brasil é considerado a localidade de maior concentração de Pomerano que ainda preservam a língua.

Os Pomerano se instalaram nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo. O maior contingente migratório de descendentes que veio para Rondônia é o capixaba. A Imigração Germânica no Brasil tem um fato cultural interessante que aparentemente parece pejorativo, mas na verdade acaba fazendo parte da sua identidade na culinária.

No Rio Grande do Sul esse imigrante germânico é denominado de “alemã batata”, no Espírito Santo de “alemão broteiro” e em Rondônia “alemão taioba”.

Assim como outros grupos étnicos que tem a sua imagem denegrida usam isso justamente para provocar o contrário, ou seja, ter o orgulho, e usar isso em camisetas: alemão taioba, batata ou broteiro.

Fonte: Correio de Rondônia

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