Doença de Newcastle coloca defesa agropecuária à prova e afeta comércio do Brasil
20 julho, 2024
Caso no R S não deve tirar país da liderança global nas exportações de frango, mas atinge setor em um cenário de expectativa positiva.
O registro de apenas uma ave doente poderia até parecer algo insignificante em meio a um plantel de 1,6 bilhão existente no Brasil, mas as consequências são expressivas diante das exigências sanitárias globais e da representatividade que o país tem no mercado mundial de carne de frango.
A confirmação do caso da doença de Newcastle em uma granja de Anta Gorda (RS) nesta semana, algo que não ocorria no país desde 2006, não deve ser capaz de tirar do Brasil o título de maior exportador mundial de carne de frango.
Mas vai impactar, ao menos momentaneamente, a balança comercial de um setor que apresentava bom desempenho e perspectivas para o ano.
As vendas externas foram suspensas de forma preventiva pelo governo brasileiro, em maior ou menor grau, para 44 destinos.
A China, maior compradora do produto, principalmente pés de frango, deve ficar 30 dias sem receber as cargas de todo o país. Em outros casos, a restrição é estadual ou concentrada nas proximidades da propriedade onde o caso ocorreu. Os efeitos ainda serão medidos ao passo que os dias avancem sem as exportações. Associações que reúnem as empresas do setor informaram que até 7% da produção nacional e 15% das vendas externas do Rio Grande do Sul poderão ser impactadas.
Cerca de 60 mil toneladas de carne de frango terão que ser remanejadas para o mercado interno ou para outros compradores internacionais. O fato é que, por ora, o setor produtivo ainda não consegue estimar quanto o auto embargo significará em perdas nas vendas externas, mas admite que haverá prejuízos.
Por: Rafael Walendorff e Nayara Figueiredo
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