Deputado Cirone Deiró participa da 2ª Semana da Mãe Atípica

17 maio, 2021

A maternidade atípica será discutida por profissionais, representantes do poder público com as mães de pessoas com deficiência.

Com a participação do deputado Cirone Deiró (PODE), autor da Lei 4.615/2019 que instituiu a Semana Estadual da Mãe Atípica, em Rondônia, foi realizada, de forma on-line, na noite desse domingo, 16, a abertura da 2ª edição da Semana da Mãe Atípica.

A Lei que criou a Semana da Mãe Atípica atendeu reivindicação do grupo Mães Coragem e Indesistíveis. A iniciativa busca conscientizar as autoridades e sociedade e contribuir com a construção de uma rede de apoio as mães de pessoas com deficiência.

Estudos apontam que o diagnóstico de qualquer nível de deficiência dos filhos aumenta o nível de stress das mães, realidade que exige uma atenção e cuidado profissional voltado a maternidade atípica.

O evento que nesse primeiro dia, teve a mediação do Fabiano Barros e da Klivia Meireles terá interprete de libras, fazendo a tradução de toda a programação que acontecerá, até o próximo sábado, nos canais do grupo Mães Coragem e Indesistíveis.

Durante a abertura do evento, o deputado lamentou o fato do evento estar sendo realizado pelo segundo ano, de forma on-line, em razão da pandemia, mas enalteceu a determinação das mães em trazer essa discussão para a sociedade.

Cirone Deiró que desde criança, acompanhou uma tia nos cuidados da filha com deficiência reconhece os desafios, e até mesmo os conflitos familiares que cercam a maternidade atípica.

“Aprendi muito cedo que o cotidiano dessas mães é desafiador em todos os aspectos, pois precisam se dividir nos cuidados dos seus filhos com deficiência e seguir com as demais responsabilidades pessoais, profissionais e familiares”, afirmou.

Integrante do Movimento Mães Coragem Indesistíveis, além de mãe atípica, Imoni Lopes Marinho, disse que apesar da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência garantir o atendimento psicológico as mães ou cuidadores.

Na prática, ainda não foi feito nada para assegurar a essas mães o mínimo de cuidado e atenção, especialmente relacionado as questões emocionais. Segundo ela, a ausência de atenção e apoio para as mães e cuidadores de pessoas com deficiência tem dificultado o árduo trabalho dessas mulheres.

“Além de conscientizar, a Semana da Mãe Atípica também busca desfazer mitos e conceitos equivocados a respeito da maternidade atípica. Uma visão distorcida que existe sobre a maternidade atípica é que somos guerreiras e heroínas.

Na verdade, foi a sociedade que lançou sobre nós esses conceitos distorcidos, quando na realidade, somos mulheres iguais a qualquer outra, temos nossos medos e fragilidades”, advertiu, ao lembrar que as mães atípicas estão excluídas das políticas públicas.

O evento ainda teve a participação da atriz, escritora, diretora artística e pedagógica que tem diagnostico de Transtorno do Espectro do Autismo-TEA, nível um, a carioca, Fátima Montenegro, para quem os profissionais de saúde precisam ser preparados para atender as mães atípicas, tanto no que diz respeito ao bem-estar físico, quanto emocional.

Ela defendeu que a informação é a grande chance de ajudar a humanidade. “Associado a informação, temos a força da arte e da educação. Essa é uma jornada de muito aprendizado, que exige muito amor, não apenas das mães, mas de todos.

Estamos em processo de aprendizagem, por isso, as questões relacionadas as mães atípicas devem ser discutidas ainda nas escolas, porque está relacionada ao bem-estar e desenvolvimento humano”, concluiu.

Para a jornalista, presidente fundadora da Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Vilhena – AMAVI, mãe de dois meninos no TEA, Karina Andrade, a Semana da Mãe Atípica veio para colocar na pauta os desafios enfrentados pelas mães que muitas vezes se pegam sozinhas diante do desafio de cuidar dos filhos com deficiência.

“Inicialmente, a Semana da Mãe Atípica está servindo como referência para as mães se conectarem e a sociedade tomar conhecimento sobre o alto grau de exigência a que está submetido uma mãe atípica. Mas, queremos sensibilizar o poder público sobre a necessidade de políticas públicas voltadas a essas mães”, concluiu.

Por Edna Okabayashi

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