Agricultura Sintrópica: O exemplo que vem da floresta para todo o Estado de Rondônia
31 janeiro, 2024
A pequena comunidade Surui da aldeia do Noel dá um exemplo de como desenvolver essa modalidade agrícola.
Nesta quarta-feira 31 a reportagem do site espigaonews visitou a comunidade Surui localizada na aldeia do Noel. A menos de 10 Km do distrito do Pacarana a comunidade é composta por 08 famílias que sobrevivem da agricultura familiar com o cultivo do café clonal.
Na comunidade fomos recebidos pelo líder Noel Surui e pelos demais parentes que nos deram as boas vindas e se apressaram a nos mostrar a lavoura que se ergue protegida pela floresta em um claro exemplo de como se desenvolve a “Agricultura Sintrópica”.
“Nossas lavouras de café buscam manter o meio ambiente natural, não distanciado à natureza, mas em comunhão com ela”, afirmou Noel ao apontar as lavouras de produção de café, hortaliças e frutas, tudo em harmonia com o meio ambiente.
O sistema de trabalho desenvolvido pelo líder comunitário é coletivo, onde cada família trabalha com uma parcela da lavoura (Talhão), sendo responsável por todo o manejo, da colheita até a comercialização do produto que é feito através de cooperativa.
A limpeza da roça é feita através de manejo sustentável com o auxílio de roçadeiras manuais, cortando as ervas daninhas que permanece no local fornecendo uma camada de proteção cuja função é manter a humidade do solo em detrimento da lavoura.
Atualmente a lavoura possui 13 mil mudas de café clonal já em fase de produção, com uma pequena parcela que este ano será feita uma catação de grãos. Segundo Noel Surui a comunidade já vem preparando uma outra área que vai duplicar a lavoura atual.
Com a ajuda da associação ASPAC a comunidade já começou a reparar outro trecho de roça para o plantio de mais 12 mil mudas de café clonal. “Estamos preparando esse terreno com o apoio do Landim através da Aspac e a idéia é dobrar a nossa lavoura”, afirmou Noél.
Atualmente a comunidade não possui um secador rotativo, a secagem do café produzido ainda é feita de maneira natural sobre as esteiras, um processo bastante lento (cerca de 12 dias cada secagem), “o que dificulta bastante o processo produtivo final”, citou Noel.
As melhorias estão sendo planejadas e executadas pela própria comunidade em sistema de mutirão. O próximo passo é a construção de um barracão para a sede da associação e local para serem instalados alguns equipamentos que a comunidade almeja.
Dentre esses equipamentos esta uma maquina para beneficiar o café. “Através do beneficiamento do café a comunidade agrega valor ao seu produto final e isso é muito importante para nós produtores”, argumento a liderança Surui.
“Estamos com a nossa associação toda regularizada na sua documentação, esperamos agora fazer alguns projetos para buscar junto a nossa classe politica o apoio para que possamos alavancar a nossa produção de café conilon com a aquisição de equipamentos que nos ajude a promover esses avanços”, concluiu o lider Noel Surui.
Autor: Luizinho Carvalho/Jornalista e Sociólogo
Imagens: Landim Pinheiro
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